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Comércio e Serviços de Estância: parado no início de 2025
Após quatro anos de saldo positivo na geração de empregos formais, o setor do comércio em Estância (SE) entra em 2025 praticamente estagnado. A análise dos dados do Novo CAGED revela uma trajetória de crescimento que, embora constante, foi perdendo força ao longo dos anos, até atingir um ponto crítico no primeiro trimestre deste ano.

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Entre 2021 e 2024, o comércio estanciano manteve saldo positivo na criação de vagas. Em 2021, foram contratadas 764 pessoas e desligadas 601, resultando num saldo de 163 novos empregos formais. Em 2022, o setor continuou crescendo, ainda que com menor intensidade, criando 149 vagas líquidas. O ano de 2023 seguiu essa tendência de desaceleração, com apenas 103 empregos gerados, e 2024 marcou uma leve recuperação, com saldo de 124.

Fonte: NOVO Cadeg

No entanto, o cenário se agrava em 2025. Nos três primeiros meses do ano, foram feitas 271 issões no comércio local — número razoável para o trimestre. Mas praticamente toda essa movimentação serviu apenas para repor quem saiu: 267 pessoas foram desligadas no mesmo período, deixando um saldo líquido de apenas 4 vagas formais criadas. Isso representa uma taxa de crescimento de menos de 1%, ou seja, uma estagnação completa no setor.
A fragilidade é evidente quando analisamos a taxa de reposição. Em 2025, para cada 100 pessoas demitidas no comércio de Estância, apenas uma foi substituída com ganho líquido de vaga. Os dados apontam para um mercado que está parado e que a tendência é diminuir mais ainda, pois no mês de Março de 2025 o comércio teve saldo negativo
Na tabela a seguir o setor de comércio e serviço teve quedas acentuadas e foram os grandes responsáveis pelo aumento de taxa de desemprego do munícipio no mês.

As causas desse cenário são múltiplas. A redução do poder de compra da população, agravada pela inflação dos alimentos e da energia, limita o consumo. O avanço do comércio eletrônico também afeta o varejo tradicional, pressionando pequenos lojistas. Além disso, há indícios de que o setor não tem recebido incentivos municipais que estimulem a permanência de empregos ou a expansão de estabelecimentos.

Sobre o comércio eletrônico observamos o perfil do comércio local: muitos empresários ainda operam exclusivamente dentro dos limites físicos da cidade. Poucos vendem online, quase nenhum oferece catálogo digital ou realiza entregas em outras regiões. Em tempos de economia digital e consumo por aplicativos, o comércio de Estância parece estar ficando para trás.

O crescimento do e-commerce transformou hábitos de consumo no Brasil inteiro. Hoje, qualquer consumidor com um celular pode comparar preços e comprar de outra cidade, estado ou até país. Se o comércio local não estiver digitalizado, ele simplesmente deixa de competir. Enquanto isso, lojas de fora vendem para dentro de Estância — e os comerciantes daqui vendem apenas para quem a pela calçada.

É aí que está o verdadeiro desafio para a gestão municipal: romper o isolamento do comércio local e abrir caminhos para a inovação. Não se trata apenas de oferecer cursos, mas de criar incentivos práticos: apoiar feiras com vitrine digital, facilitar o à tecnologia e crédito para quem quer montar um e-commerce, conectar lojistas com plataformas de venda e criar programas de aceleração de negócios locais.
Estância precisa criar um ambiente em que o comércio físico e o digital coexistam e se fortaleçam mutuamente. Não basta sobreviver vendendo só para dentro. É preciso criar condições para que os comerciantes locais possam vender para fora, crescer para fora, pensar para fora.
Ulisses Menelau (p.s)
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